segunda-feira, 15 de julho de 2013

Aquela irmã me faz pecar...

Antes de começar a discorrer sobre o que realmente importa, deixa eu explicar o título, antes que eu apanhe da minha esposa rs!
Este título tem a intenção de chamar a atenção e creio que de certo modo ele consegue. Na verdade trata-se de uma IRONIA. Ironia nada mais é do que uma figura de linguagem. Ela é utilizada para representar o contrario do que se pensa.

Bom, já que sanamos os possíveis mal-entendidos, deixe-me partir para o que gostaria de dizer neste post, que é também a retomada do blog depois de um longo e tenebroso inverno que durou 30 dias.

Essa semana eu tava conversando com alguns cristãos e o tema acabou tomando um rumo um tanto inesperado. Uma determinada irmãzinha estava utilizando uma roupa demasiadamente curta e então houve uma interjeição: "Aquela irmã esta escandalizaaaaaando!" (com toda ênfase possível no "aaando"). Então, dei uma de João-sem-Braço e disse que não havia entendido, afinal, o que aquela irmã teria feito de tão grave? Obtive a resposta que eu queria obter.

Eis a resposta: "Irmão, aquela irmã, com aquela roupa indecente, faz os homens da igreja pecarem, pois ele ficam olhando para ela. A Bíblia diz que se nosso olho escandalizar, temos que arranca-lo fora, então ela não pode usar esse vestido porque ela está escandalizando;"

O texto utilizado pelo amado irmão é o que se encontra no evangelho de Mateus, no capítulo 5 versos 29 e 30

Portanto, se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti; pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que seja todo o teu corpo lançado no inferno.
E, se a tua mão direita te escandalizar, corta-a e atira-a para longe de ti, porque te é melhor que um dos teus membros se perca do que seja todo o teu corpo lançado no inferno.

Mateus 5:29-30


Olhei para o irmão com toda doçura de um urso faminto pronto para abocanhar um salmão, respirei fundo e disse:

"Não é bem isso que o texto quer dizer". Convidei-o para reler o texto novamente e para facilitar um pouco a compreensão do trecho utilizei a tradução NVI.

O texto é claro ao dizer "Se teu olho TE ESCANDALIZAR, isto é, se TE FAZ PECAR, arranque-o fora (povo, lembrem-se que aqui Jesus está usando uma HIPERBOLE, outra figura de linguagem que remete ao exagero, nada de arrancar os olhos por aí viu?)

Trazendo para o nosso contexto pude dar a seguinte resposta: "Irmão, se olhar para a irmãzinha com roupa curta esta te fazendo pecar então NÃO olhe para a irmãzinha."
É isso que o texto quer dizer, para evitar o pecado. Um outro texto diz "Afaste-se de toda aparência do mal" (I Tessalonicenses 5:22), novamente, evite pecar.

O problema é que é mais gostoso ficar olhando para as pernas da irmãzinha e chama-la de vagab... quer dizer de pecadora, do que admitir que é canalha e está pecando ao cobiçar a irmãzinha.

O problema do pecado não está na irmãzinha calorenta, mas sim no irmãozinho safado. NINGUEM pode fazer ALGUEM pecar, a pessoa peca por si proprio, a decisão é pessoal. No dia do juízo não haverá a desculpa, "ah foi a irmãzinha que me fez pecar". Deus responderá: "Mentiroso, pecou por si mesmo!"

Ninguém me faz pecar, eu peco por mim mesmo, mesmo que eu não queira pecar.

bom, é isso...

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Livre Arbítrio e Liberdade

Trabalho em um call center e sou supervisor de atendimento. Esta semana, em uma conversa com um dos meus agentes, paramos para pensar um pouco sobre liberdade e livre-arbítrio algumas coisas me fizeram refletir sobre este tema.

A conversa girou em torno da temática “Não ser escravo de...” logo, ser livre. E falávamos em liberdade plena, de poder escolher e coisas assim. Passou a conversa, ele voltou para seu atendimento e pensei: Será que existe mesmo essa tal liberdade? Será que há livre arbítrio ou será que apenas existe uma “ação livre”?
Não tenho a intensão de bater o martelo se existe ou não, mas sim de manifestar aqui meu ponto de vista e este, segue abaixo.

Livre arbítrio


Estava lendo um sermão do Charles H Spurgeon pregado em 1855[1] sobre o tema e este sermão me chamou a atenção. Certo, eu sei, faz mais de 150 anos e muita coisa já foi revista sobre o tema, mas mesmo assim vou citá-lo.
Segundo Spurgeon (1855) o livre arbítrio não existe, ele baseia sua mensagem no evangelho de João, capítulo 5, verso 40.

Contudo, vocês não querem vir a mim para terem vida.”
João 5:40

Spurgeon afirma nesta mensagem,  baseado neste trecho, que o homem não pode ser livre, visto que ele é um condenado a morte, assim como os detentos que vão para o corredor da morte não pode reclamar seus direitos, sua cidadania, suas vontades por estar morto, não factualmente, mas sim legalmente. Ao ler essa mensagem entendo que essa morte é a punição sofrida pelo homem lá no Genesis, o homem não morreu de fato, mas está fadado a ela. É também é morte eterna, a segunda morte, isto é a condenação do homem ao inferno.

Eu vou um pouco mais longe dizendo que cada atitude humana é composta de um conjunto de fatores que culminou a aquela determinada situação. Logo vários acontecimentos contribuíram para que aquele ser humano em questão tomasse ou não uma determinada atitude. Sendo assim, a atitude humana não pode ser considerada livre, mas sim o resultado final de milhares de equações.

Uma definição do termo LIVRE ARBÍTRIO é: “A faculdade de decidir, escolher, determinar LIVREMENTE, dependente apenas da vontade.”

Então, desta maneira, podemos afirmar: O Livre arbítrio, da maneira como ele é pregado e falado NÃO EXISTE. Primeiro, porque um morto não tem vontades a reclamar. Segundo porque, a vontade é um resultado de equações que foram determinadas pelas variáveis da vida de cada um, então não são atitudes verdadeiramente livres.

Mas calma, não finalizei o meu raciocínio ainda...

Esse tipo de livre arbítrio de fato não existe, ele não faz o menor sentido e não acrescenta nada pensar que essa é definição bíblica do tema.

Uma definição mais palatável (e ao meu ponto de vista, a mais adequada) é a de Agostinho de Hipona (santo Agostinho para os íntimos) em seu livro “De Libero Arbitrio” que data de 360 D.C que define Livre Arbítrio como a possibilidade de escolher tanto o bem quanto o mal.
E pensando nesta definição podemos encontrar várias passagens que apoiam e embasam esta definição, citarei ao menos uma como exemplo.

“Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei e cearei com ele, e ele comigo “
Apocalipse 3:20

Quem vai abrir a porta? Quem ouvir e  QUISER, pois ele pode ouvir e não abrir a porta.

“Busquem o Senhor enquanto se pode achá-lo; clamem por ele enquanto está perto. “
Isaías 55:6

Nestas passagens vemos que a atitude de busca é do homem, Deus é soberano e ainda assim vem atrás de nós, mas se não o quisermos ele respeita.

Obviamente que a intenção aqui não é discutir o conceito de graça preveniente dentro do arminianismo, só para que fique claro, minha orientação é arminiana, entendo que o homem é 100% corrompido e, por si só, não pode se achegar a Deus, mas através da graça preveniente o Senhor permite que demos um passo em sua direção.

O próprio estado de condenação nos demonstra o exercício do livre arbítrio, a segunda morte (ida para o Inferno, submundo, Sheol, Hades, ou qualquer nome que você queira dar) nada mais é do que a plena condição de uma não-vida SEM DEUS no único lugar em que ele não estará, entretanto devido a falta de capacidade humana em definir o que será uma existência sem o Senhor, fica mais fácil fazer a comparação com o que mais assombra a humanidade: A Morte. Mas que faz essa opção é o homem. Admitirmos que a humanidade não possui essa possibilidade de escolha é a mesma coisa que dizermos que Deus já tem uma patotinha escolhida. Ou seja, Deus não seria lá muito justo.

Então livre arbítrio não é decidir livremente dependendo apenas da minha vontade, mas sim a possibilidade da escolha, normalmente entre o bem e o mal.

Liberdade

A definição de liberdade dada pela filosofia é: A independência do ser humano, o poder de ter autonomia e espontaneidade. Como “independência do ser humano” é algo impossível, visto que o homem é um ser social, relacional e interdependente a liberdade torna-se um conceito utópico.

Sim utópico, esse é um conceito ideal, só existiria isso se todos os membros de uma determinada sociedade deixassem de ser sociedade para se tornar individualidade, num estado que mesmo com coabitação um ser humano poderia ser completamente autônomo. Bom, trabalhar em cima deste conceito renderia um livro, fica para outra ocasião.

Prefiro entender que liberdade é a ausência de prisão, todo e qualquer grilhão que possa causar um cativeiro priva de liberdade, limita e emoldura o ser humano.

Esse grilhão pode ser qualquer coisa, desde vícios, até família (sim, família, ou vai me dizer que não existem famílias onde os membros imprimem sentimentos consumidores que minam as forças dos outros membros?)
Mas aí surge um cabra chamado Jesus e diz:     

“Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.”
João 8:36

Pera aí, existe alguém que pode quebrar todos os grilhões de nossa vida, tornar o ser humano autônomo e espontâneo ainda sendo um ser relacional e interdependente?

É, tem...

Esse será o resultado de uma sociedade perfeita onde não haverá busca por solução de problemas, pois não os haverá, não buscará riquezas, pois não precisará, não egoísta e egocêntrica. O homem precisará “preocupar-se” apenas em prestar sua adoração (autonomia) e seu louvor (relacional).

Indo um pouquinho só mais a fundo neste texto vemos o Mestre dizendo: “o escravo não tem lugar permanente na família, mas o filho tem”. Entendemos assim, que os que são escravos do pecado, terão suas amarras soltas pelo filho fazendo-o livre a partir daquele momento, entretanto devido o estado geral da humanidade ser de cativeiro, esse recém-liberto não conseguirá (pelo simples fato dele conviver no meio destes cativos) exercer sua plena liberdade, até conseguiria, o próprio Mestre é referência nisto, mas temos um pequeno probleminha, as vezes deixamos o “velho homem” aparecer. Por isso afirmo apenas um estado de convívio continuo na presença do Criador pode fazer com que o estado de liberdade seja degustado.

Oremos para que cada vez mais pessoas encontrem a possibilidade de serem libertas

E encerro por aqui, pois isso já deu 3 páginas do Word. rs




[1] Spurgeon, C. H. – Free Will, A Slave – disponível em http://www.monergismo.com/textos/chspurgeon/Livre_Spurgeon.htm  acessado em 05/06/13 as 23:40

domingo, 26 de maio de 2013

Falando em nome de Deus

“O Senhor me revelou que você não precisa de revelação alguma.”[1]

Em mais um de meus momentos de reflexão auto piedosa, buscando dar sentido ao sem sentido e divagando a respeito da minha própria ignorância meditei:

Como pode ter tanta gente falando em nome de Deus? Será que conseguiram algum tipo de “procuração Divina”? Bom, de uma coisa eu sei, falo apenas por mim e em meu nome, pois aí eu não me arrisco em dizer alguma coisa completamente absurda em nome do Senhor. Mas ainda assim, muita gente ainda faz questão de falar em nome dEle. Se Deus fosse cobrar royalties por cada vez que falassem em seu nome, com toda certeza esse seria um negócio muito mais lucrativo do que a indústria dos dízimos que vemos em alguns nichos ditos “evangélicos” (digo isso com a convicção de que Ele não está à frente nem de uma coisa e nem da outra).

Essas pessoas que “falam em nome de Deus” no fundo, no fundo tem a cobiça de falar como autoridade máxima sobre a humanidade, ou pelo menos sobre a comunidade local. Engraçado, pois esse desejo é de um dito cujo, que essas mesmas pessoas maldizem, um tal de Satanás, conhecem?
Quase sempre as mensagens que “Deus os transmite” são sempre recheadas de revelações ao melhor estilo “Deus está me dizendo algo nesta noite...” quase sempre com a profundidade espiritual de uma poça d’água. Sempre dizendo algo “da parte do Senhor” para alguém. Normalmente com coisas como “Deus está me dizendo que te deu um livramento esta semana”.

Já ouviram algo assim? Magina, isso não acontece nos púlpitos evangélicos brasileiros!
Para esse “ser iluminado” apenas o privilégio de ensinar o que Cristo ensinou, ou até mesmo de “apenas” ser servo de Cristo não é suficiente. Ele tem que estar em destaque, mostrar autoridade, principalmente pela própria ganância e ego
.
Perfis a parte, “por se considerar que fala em nome de Deus legitima-se estabelecer com as pessoas uma relação de dominação psíquica e social, moral e ética, político e partidária exercendo controle religioso”.[2]
Assim, esquece-se a verdadeira característica do evangelho que não é o controle religioso, exercer o poder sobre a massa, mas sim servir a massa e se colocar na posição de servo.

Não tenho a menor pretensão de falar em nome de Deus, tudo que eu digo é em meu nome, são minhas opiniões, meus devaneios, minhas reflexões. Se alguma vez Deus falar através de mim, me sentirei honrado, mas com toda certeza não reivindicarei o título mensageiro de Deus.





[1] Paulo Brabo, Blog A Bacia das Almas. A Carta Roubada, disponível em http://www.baciadasalmas.com/2006/a-carta-roubada/ , acessado em 21/05/2013 as 19h37m
[2] Valmir Paze, Autorizado a falar em nome de Deus, disponível em http://valmirpaze.blogspot.com.br/2011/06/autorizado-falar-em-nome-de-deus.html, acessado em 26/05/2013 as 18h10m

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Pensamentos de um pai de luto

Para quem não me conhece, eu sou o Raphael, sou pai de um bebê que nasceu com uma severa cardiopatia congênita: a Síndrome da Hipoplasia do Coração Esquerdo. Infelizmente meu bebezinho não resistiu a cirurgia e foi para os braços do Senhor. Isso dói muito, mesmo já tendo passado 7 meses desde o fatídico dia.

na data de hoje (23/05/2013) minha esposa postou um desabafo no facebook, após alguns comentários (in)apropriados, fiz uma pequena reflexão que resultou no post abaixo.


"Olá pessoas... sou o pai do Faelzinho, li o post da minha esposa bem como os comentários de vocês. fico muito grato pelas palavras de carinho, de afeto, pela compreensão da nossa dor. Infelizmente (ou felizmente, quem sabe?) sou entusiasta no que tange ao conhecimento das coisas que são do alto e, de verdade, não consigo crer que há um proposito para tudo ou, em outras palavras, como foi citado acima: "nada foi em vão", pois não posso acreditar que alguém que detêm todo o poder e todo o conhecimento, se auto intitule O Amor, cause dor em mim com a finalidade única de cumprir um proposito de ensinar algo a alguém, a morte é por sí só é um castigo devido ao pecado do mundo, não tem qualquer outro ensinamento ou proposito nisso a não ser de lembrar constantemente de que a humanidade pecou. Quanto a certeza de que "nenhuma outra mãe teria feito um terço do que vocês fizeram" digo, com toda veemência, vocês fizeram apenas o esperado de uma mãe, vocês não são a exceção, vocês são a regra, infelizmente o que acontece nos dias de hoje é que os valores estão invertidos e pessoas que amam intensamente se gabam desse feito, quando na verdade foi para isso que Deus nos criou. Minhas palavras chegarão duras as suas vistas, mas não adianta queremos tampar o Sol com a peneira. Eu não aceito o que aconteceu comigo, se eu falar que não aceito o que Deus fez, estarei dizendo que não concordo com o juízo que Ele fez no livro de Gênesis, mas olha que incrivel, eu ESTOU dizendo exatamente isso. O homem não foi criado para morrer e o pecado do homem fez com que meu filho morresse (um pouco teologia sistemática faz bem) e eu não aceito isso."



Facebook da minha esposa

post na íntegra:

"Quanta saudade , meu Deus, quanta saudade...
Ainda não consigo entender o porque de tudo isso.
O porque de eu não ter meu filho enquanto tantas "mães" por ai abortam, jogam os filhos no lixo, enterram vivos...
Deve ter uma coisa muito errada com a humanidade, não é possível que Deus não veja isso!!
Eu creio em um Deus justo, mas quando vejo tanta injustiça, minha fé vacila.Muitos podem achar que já se passara meses, e que eu deveria superar, mas essas pessoas não sabem como é viver sem sua alma, sem seu coração dentro de você.
E me dizem palavras lindas que são vazias, porque NADA no mundo inteiro pode me consolar.
Descobri recentemente que não perdoei Deus por ter levado meu filho, me senti traída, me sinto preterida....
Muita gente ao ler isso vai pensar que eu enlouqueci... devo ter enlouquecido mesmo. Não sou a mesma pessoa desde que tive que deixar meu filho ali, inerte dentro de um caixão, desde que tive que ver ele sendo vestido com a sua saída de maternidade, que eu demorei meses para escolher, não para que viesse pra casa, mas para que fosse enterrado.
Mas eu afirmo eu PRECISO perdoar Deus, Ele não precisa do meu perdão ao contrario, geralmente somos nós que precisamos de perdão, mas quando digo que tenho que perdoa-lo, é pra mim mesma conseguir acreditar sem sombra de dúvidas...
Não pensem que estou afastada dos seus caminhos, estou andando tão junto com Ele (só quem passa por grandes provas vai entender o que estou dizendo), então estou andando tão junto Com Ele, que me sinto a vontade de conversar com Ele de forma franca e direta. Deus não precisa da minha hipocrisia, o Deus que eu sirvo, preza a verdade e sinceridade, então porque eu devo dizer que está tudo bem , que Deus sabe o que faz, e todas as coisas lindas e maravilhosas que todo mundo fala, muitas vezes com o coração vazio desses sentimentos.
Andar com Deus, conhecer a Deus ao meu ver é isso é ser verdadeiro, é ser irrepreensível, é buscar não errar.
Com certeza não é ficar esquentando banco de igreja, criticando os que são menos capazes de viver como você, de viver de aparecias.
Jesus, nos deu um mandamento de amarmos, uns aos outros, de alimentarmos quem tem fome, de visitarmos os enfermos, e infelizmente a igreja como um todo dificilmente faz isso, é uma meia dúzia que vive assim, então antes de me criticar por tudo o que escrevi , você que é meu irmão em cristo, pare e pense quantas vezes você faz isso, quantos hospitais você visita, quantos projetos sociais você faz parte, ou mais simples, antes de me criticar por tudo que escrevi, pense quantas vezes, você meu amigo, que se diz meu irmão veio me visitar depois que perdi meu filho?
Então sim, mesmo chateada, mesmo com a fé abalada, e mesmo não indo na igreja com a frequência que ia antes, eu ando com Cristo, eu vivo um dia de cada vez, e ainda estou aprendendo a ser cristã. A minha igreja hoje são as pessoas que precisam de mim, afinal a igreja sou eu!!
Desabafo"

domingo, 19 de maio de 2013

Direita, esquerda, oposição, situação ou ser cristão?


Tenho conversado com alguns companheiros de divagações e me deparei diante de algumas questões, traduzidas aqui em forma de afirmativas.
“Um crente que se preze tem que ser de esquerda”, “Um crente fiel é de direita”, “um crente tem que ir contra o capitalismo, pois esse regime é injusto na divisão de riquezas”, “um crente tem que ser capitalista, pois a prosperidade provém de Deus”, “o comunismo é incorreto, pois priva da liberdade e um crente é liberto”.
Escuto essas e outras máximas com demasiada frequência e o assunto, então, virou pauta em minha caixinha de devaneios.
Primeiro, é importante entender o que é esquerda, direita, situação, oposição. Sem a clara definição desses tópicos entendemos apenas que: Esqueda = comunismo, Direita = Capitalismo. Quanto a “situação e oposição” muitos nem fazem ideia do que seja, mas comentamos que politico X é situação, o Y é oposição.
Então pretendo nessas próximas linhas, esclarecer um pouco o que significam essas palavras (obviamente que a adotarei as definições acadêmicas, pois este que vos escreve não é e não pretende ser crivo, norte, senhor-da-razão, ou qualquer alcunha que possa me sobrepujar).
O termo “Esquerda”, na politica, foi usado pela primeira vez na França, pois no parlamento francês, as pessoas que ocupavam os assentos da esquerda eram aquelas que queriam uma sociedade mais igualitária. Isto é o enfoque era social.
O termo “Direita” foi usado também na França” para descrever aqueles que tinham ideais conservadores, isto é, pessoas que se contrapunham a mudanças abruptas, no caso da França, a queda do monarquismo e outros costumes da sociedade.
O termo “situação” refere-se aos partidos políticos favoráveis ao governo e “oposição” os partidos contrários.
Bom quando entendemos o porque dos dois temos e percebemos que ambos tem a ver apenas com suas convicções políticas, posso afirmar categoricamente: Quem é cristão não é de esquerda, tampouco de direita. Quem é cristão é tão somente CRISTÃO.
Obviamente, o SER CRISTÃO é dotado de características e padrões que o norteiam.
Por exemplo o tal do “uns aos outros”:
Amemos uns aos outros; Suportemos uns aos outros; Alegremo-nos uns com os outros e vários outros exemplos bíblicos que ouvimos todos os domingos na Escola Biblica Dominical. Alguns enxergam esses exemplos como utópicos, ideais, inatingíveis. Mas eu prefiro entender que na verdade são síntese do que o Senhor deseja para a nossa caminhada.
Em diversas passagens bíblicas podemos isso, por exemplo, a igreja de Atos tinha “TUDO” em comum e, automaticamente, o termo nos remete a partilha de bens, mas o termo acima denota ser mais do que isso, “Não mais viviam vidas individuais, propósitos individuais, ambições e realizações pessoais. Agora tinham um só caminho, um só coração e uma só alma[1]”.
Thiago diz em sua carta “A religião pura e verdadeira para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e guardar-se da corrupção do mundo” Tiago 1:27. Trocando em miúdos: Olhem os menos favorecidos, ajude-os e seja íntegro.
 Alguns “politizados” de plantão podem dizer: “tá vendo? Isso é puro socialismo”.
Mas a bíblia também diz: “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”.
João 8:36 e “Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.” Apocalipse 3:20. Trocando em miúdos: Se Jesus libertar vocês, vocês terão liberdade plena e na outra passagem: Nada de coerção, eu estarei com você, apenas se você permitir.
Outros “politizados” podem dizer: “Isso é puro Liberalismo!” (outra palavra para capitalismo).
Mas eu digo: Não. Isso é apenas ser cristão.
Ser cristão é renovar a mente para que experimenteis a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Rm 12:2). Não tem a ver com posição política, tem a ver com modo de vida, viver para o outro. Onde o cristão está, tem que haver mudança, mudança para melhor.
Se você é de direita ou de esquerda, não importa, o que importa é que você deixe o Espírito Santo tomar conta da sua vida e buscar fazer sempre a vontade de Deus.
A Marina Silva tem tentado colocar em prática a formulação do que a mídia tem intitulado de Partido Político de extrema esquerda, entretanto A Rede, se funcionar, como foi concebida, na verdade é a realização prática (claro que superficial) do que tratamos acima. Espero e oro para que esse projeto não saia do papel se for apenas mais uma legenda de cunho unicamente político. Mas se for um movimento oriundo do coração de Deus para que o evangelho seja propagado, a vida melhorada de maneira integral, então que cresça e ganhe força.
É isso.



[1] Tudo em comum, disponível em http://www.vida.emcristo.nom.br/tudoemcomum.htm, dia 19/05/2013 as 17h46mvvvvv

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Primeira postagem!!


Para começar as postagens, trago aqui um texto da minha esposa. Não se trata de um ensaio teológico, entretanto a profundidade do pensamento e da compreensão bíblica o qualifica para se tornar a postagem inicial deste blog.

Um dos textos mais claros e evidentemente inspirados por Deus que já li sobre o entendimento deste personagem bíblico, sem entrar no mérito da questão do texto de Jó ser literal ou literário, ou se ele é um personagem real ou ilustrativo. A autora nos remete ao pensamento do sofrimento humano diante de uma situação avassaladora de maneira envolvente, cheia de sentimentos, mas também de modo coerente e esclarecedor.



Este é um texto que traz o sentido da criação deste blog, o entendimento das escrituras, não somente pela ótica da teologia acadêmica, mas também pela conhecimento empírico de cada um, pela experiência individual e comunhão com Deus.


Apreciem este texto

 

A vida de Jó e as mães que perderam seus filhos



Muitas vezes a vida de Jó é utilizada como exemplo para nós mães que perdemos nossos filhos.
As pessoas, constantemente , nos dizem :"olha lembra de jó?,então ele perdeu dez filhos e ainda glorificou a Deus"
O que as pessoas não sabem, ou não entendem é que o processo que ele passou até chega a isso , foi árduo e penoso, muitas vezes chegando a pedir a morte para Deus, chegando a amaldiçoar o dia do seu nascimento.
Isso acontece realmente conosco, pelo menos comigo, quantas vezes cheguei a pensar no porque ainda estava viva, afinal uma parte de mim muito grande foi arrancada e enterrada, junto com o meu filho.
E fiquei esses quatro meses meditando na vida de Jó, e recentemente respondi uma linda mensagem que recebi de uma grande amiga com as conclusões que eu tirei dessa história, segue trechos da reposta que enviei pra ela:


Sabe, a dor de perder um filho chega até ser física. Antes fosse só física porque assim tomaria um remédio e logo passaria... Ela chega a ser física mais é na alma. Você já não é a mesma pessoa, entende?
Espero em Deus que com o tempo eu consiga voltar a respirar novamente, talvez isso aconteça quando tiver outros filhos sim... mas um filho NUNCA substitui o outro.
Quando utilizamos a passagem da vida de Jó onde ele fala : "O Senhor me deu, o Senhor me tomou, bendito seja o nome do Senhor", muitas vezes a usamos fora do contexto... não é fácil chegar ao ponto que ele chegou e dizer isso. Posso te garantir que Jó poderia ter perdido TUDO até a própria vida e seria preferível a perder um filho quanto mais dez!!
Quando Jó, falou essa frase, ela já estava chegando ao final da sua prova, Deus já estava mudando o cativeiro dele, e o que sabemos sobre isso? Sabemos que Jó teve TUDO em dobro né?
Ai quando lemos lá o que lhe foi dado em dobro, vemos a descrição, de O dobro de bois, propriedades, e ai chega na parte dos filhos ele tem novamente sete filhos e três filhas, totalizando dez filhos no geral.
Ai você me pergunta, como? não era em dobro? ele já tinha antes dez e perdeu dez, se ele teve TUDO em dobro, porque os filhos são o mesmo número.
Eu meditei sobre isso esse tempo todo, e encontrei a explicação, Deus me fez ver que realmente foi em DOBRO, ele teve novamente o mesmo número de filhos, porque se você contar os dez que ele perdeu e juntar com os outros dez dará o número correto.
Deus nos mostrou o que? que substituição de filhos não existe e Ele jamais faria isso. Ele nunca, substituiria os filhos de Jó, ele teve outros , mas não teve mais vinte (já que seria o dobro), porque filho é algo que não dá para repor.
Creio que ter mais dez filhos deve ter alegrado o coração dele, mas de forma alguma ele esqueceu os filhos que teve, e o coração deixou de doer.
Para Jó ter chegado ao ponto de dizer a famosa frase :"O Senhor me deu, O Senhor tomou.." ele passou por um processo dolorido no qual chegou a amaldiçoar o dia do seu nascimento, pediu a morte para Deus diversas vezes. Questionou Deus inúmeras vezes, do porque tudo aquilo. Veja bem, ele questionou a Deus, não a soberania de Deus, porque também vemos no decorrer do livro quanto Jó adorou a Deus no meio da prova também.
Então é isso meus amigos, essas foram as conclusões que tirei com a passagem da vida de Jó. Mais uma vez com essa história compreendo que mesmo quando perdemos tudo, e para uma mãe TUDO é o seu filho, (porque meus dois anjinhos forma meu mundo); Então, mesmo assim, Deus prova o amor e respeito que tem por nós, Ele sabe que uma hora a dor e a revolta se não passarem irão amenizar, daí ele começa o processo de cura, afinal a própria bíblia diz: 

" Pois ele fere, mas trata do ferido; ele machuca, mas suas mãos também curam." JÓ 5.18

Fernanda da Costa Xavier

Disponível em: http://nandaflorzinhabricio.blogspot.com.br/2013/03/a-vida-de-jo-e-as-maes-que-perderam.html